segunda-feira, abril 14, 2008

e depois de tanto tempo sem postar...

Este é um blogue abandonado, vejam só há quanto tempo esse espaço está às moscas. Hoje me lembrei dessa porcaria e decidi deixar uma postagem. E como não sabia o que escrever, resolvi lembrar o porquê da existência desse diário virtual. É que eu e essas pessoas que são os outros colaboradores deste blogue costumávamos (e ainda costumamos) nos encontrar n’algum boteco pra tomar cervejas e jogar conversa fora. E futebol é um dos melhores assuntos pra se jogar fora no balcão de botecos. E as conversas futebolísticas eram tão bacanas que certa feita sugeri transcrever essas conversas para postá-las na net e, quem sabe, daí encontraríamos um dom que servisse pr'alguma coisa. Criei esse blogue, convidei a rapaziada e, pra minha surpresa, quase não surgiu nada por aqui.

E por que razão voltar agora, depois de tanto tempo?

Ontem, 13/04/08, foi o dia em que Adriano, el Imperador, literalmente manipulou o placar no Morumbi contra o Parmeira. Cobrança de falta, Jorge Wagner manda a bola pra dentro da área – dez minutos de jogo – na cabeça do artilheiro que pula e, POW, sutilmente, desvia a trajetória da redondinha maradônicamente pro fundo das redes do simpático arqueiro do Verdão. Marcão ficou irado. Entretanto, a jogada foi tão bem trabalhada que nem o juizão e nem a bela bandeirinha conseguiram ver. E acho que, boa parte dos presentes no Morumbi, também não viu. Ontem lembrei que o futebol ainda pode ser uma coisa divertida.

E um lance desses pode ser inspiração pr'uma postagem?
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Claro! Isso é futebol, meus amigos. Hoje, um dia após tão polêmico lance, pergunto p’ros amigos amantes de futebol: gol de mão vale? A regra diz que não, mas... Sim, gol de mão vale. Tanto vale, que valeu! Tricolor 2X1.

O futebol anda muito chato ultimamente. Já é rotina técnico reclamar da arbitragem. É o tal chororô pra cá, é o tal chororô pra lá... Por causa disso, sempre aparece alguém falando em utilizar a tecnologia no campo de jogo. Câmeras, chip na bola etc. Mas sabe o que eu acho desse tipo de opinião? Ridículo! Futebol é assim mesmo. Diga-me, que diferença faz pra minha vida se o gol do Adriano foi com o pé ou com a mão? Nenhuma! Só que hoje eu posso sacanear alguns parmeirenses que até bem pouco tempo antes do jogo estavam no maior salto alto, achando que o SPFC estava morto. Não está! (Alex Silva resolveu o problema da zaga).

Esse espaço, pelo jeito, vai continuar entregue às moscas, mas tudo bem, outro dia eu volto pra desabafar novamente, quem sabe? Tem o segundo jogo contra o Parmeira domingo que vem e, como dizem, clássico não tem favorito. Hoje é minha vez de zuar. Semana que vem, espero que seja eu a zuar novamente! E mesmo se o Tricolor não passar, pode ter certeza, aqui não vai ter chororô (no máximo, SE o SPFC perder, terá uma boa explicação para tamanho desastre).

Xô moscas, xô...

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imagem: copiada do portal IG

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segunda-feira, outubro 08, 2007

6 e 7 de outubro: os Dias de São Nunca!!!

Que alívio senti hoje ao acordar. Ontem à noite cheguei a pensar que o mundo fosse acabar. Coisas muito improváveis aconteceram neste final de semana.
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1º acontecimento improvável: depois de QUATRO ANOS, finalmente, o Beto fez o churras prometido no primeiro ano da graduação - em 2003. O cara já morou em três casas nesse período, já morou na gringa um tempo, se formou, trocou de emprego, ficou quase careca, mas enfim... saiu o churrasco!
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2º acontecimento improvável: neste churras, pra deixar o acontecimento ainda mais surpreendente, houve um campeonato de futebol de botão, que ha pelo menos uma década, os convidados não jogavam. Júlio campeão, com o Flamengo!!! [aguardem matéria exclusiva, com melhores momentos]
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3º acontecimento improvável: no domingo, o quase rebaixado Corinthians, depois de QUATRO ANOS E SETE MESES, conseguiu ganhar do já penta campeão brasileiro São Paulo F.C.. E com gol do Betão, aquele mesmo zagueiro negociado com um clube francês e logo depois devolvido - o qual ironizei em artigo neste blog.
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4º acontecimento improvável: o hempíricos f.c. ganhou a segunda partida consecutiva no FutESP 2007, e pela primeira vez está na segunda fase do torneio. O time é bom, conta com jogadores talentosos individualmente, mas nos anos anteriores o time ficou no meio do caminho. Este ano não. Já veteranos e com a cabeça descansada das intermináveis leituras, provas e trabalhos do curso de Ciências Sociais, a tradicional equipe pôde mostrar seu verdadeiro futebol, impecável na marcação e arrasador no ataque!
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Bom, ainda vou queimar neurônios pensando no que pode ter acontecido para que este final de semana tenha sido repleto de acontecimento improváveis e, por que não, históricos! Talvez tenha sido o tal "Dia de São Nunca" - ou melhor, os Dias de São Nunca - que sempre se ouve quando se falam de coisas improváveis de acontecer.
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Então é isso, por ainda não haver explicação razoável para estes acontecimentos, ficam estabelecidas as novas datas!

quarta-feira, agosto 22, 2007

SINGELA HOMENAGEM A UM GRANDE HOMEM

José Antônio de Souza, conhecido por todos como seu Totó, seguiu a mesma rota de muitos nordestinos que vieram para São Paulo no início da década de 50 em busca de trabalho. Nascido em Limoeiro, município de Pernambuco, se casou e construiu família aqui na cidade grande.

Desde os tempos na roça no sertão nordestino, seu amor pelo Palmeiras já existia. Mas foi na capital ao lado do seu grande compadre José Aníbal, curintiano roxo, que o amor pelo Palmeiras ficou ainda mais forte. Juntos, além de amigos inseparáveis, protagonizaram grandes histórias no futebol, sempre com muita rivalidade, alegria e paixão.

Seu Totó viu um dos mais belos times do Palmeiras em campo, com Ademir da Guia, Leivinha, Luis Pereira, etc, e em forma de verso, traduziu seu amor pelo time palestrino. No tempo em que o futebol era sinônimo de arte, com times repletos de craques que jogavam por amor a camisa e não por dinheiro. Um tempo que deixou saudade, assim como meu avô José Antônio de Souza que plantou em mim e em meu pai, o mesmo amor pelo time alviverde.


Fica aqui minhas lembranças das tardes de domingo, das discussões sobre futebol e das partidas de dominó.
Saudade vô!!!!!

PALMEIRAS O GRANDE CAMPEÃO

Vamos gente ao Morumbi
Ninguém vai ter decepção
Vamos ver de perto o Palmeiras
Sagrar-se bi campeão

Rolando a Bola no chão
D-guia vai esnobar
João Leiva ponta de lança
Só sobe para marcar

Alfredo e Luis Pereira
Os cobras da seleção
Tem tanta categoria
Que assusta até o Brandão

Zeca Gaúcho modesto
Edu joga por amor
Ronaldo o rei do silêncio
César Augusto o brigador

Dudu, Eurico e Leão
Não é preciso falar
Tem tanta categoria
Que não da pra comentar

Avante Palmeiras amado
Tu es o grande campeão
Jogando com fibra e raça
Sempre com bola no chão

Verde como as matas
Deste meu grande Brasil
Branco como as nuvens
Deste céu cor de anil


Verso original de
JOSÉ ANTÔNIO DE SOUZA
*16/10/27
+15/06/98

segunda-feira, agosto 13, 2007

Acabou o Campeonato Brasileiro 2007

Tá fácil: Pela quinta vez o São Paulo F.C. é campeão brasileiro!

Não, não estou equivocado. Não é campeão do primeiro turno, é campeão brasileiro mesmo! Penta Campeão.

Mesmo apresentando um futebol razoável o time do Morumbi já está sobrando na competição. Os jogos contra Grêmio e Botafogo, no Olímpico e no Maracanã, definiram a situação. E não é que o futebol do tricolor seja apenas razoável, é que em meio a tanta mediocridade não é preciso se esforçar muito. Aliás, é até melhor ser bem precavido, haja vista o que aconteceu com o lateral equatoriano Reasco no jogo contra a equipe carioca.

Daqui pra frente o campeonato torna-se uma eliminatória para a Libertadores 2008. Todos os outros times, incluindo os outros paulistas, ficarão numa situação "morna". O Santos tá com jeito de oitavo colocado.O Palmeiras, aos trancos e barrancos, não vai chegar.

Aliás, é hilário ver os anúncios desesperados dos jgos nas tv´s. A Globo colocou uma chamada dizendo que "Edmundo, Valdívia e as estrelas do Palmeiras vão com tudo pra cima do Galo". Ah, faça-me o favor!!! Quais estrelas??? E durante o jogo ainda insistem: é um jogo desputadíssimo, jogão de bola... só falta ouvir o comentarista bocejando ou roncando.

Só o Corinthians que não entra nessa disputa, este parece estar disputando uma vaga na série B de 2008.

Bom, já soltei os fogos e até dezembro é só comemoração. Que fácil, hein?

Rodada Paulista

Primeiro uma boa Notícia
Sochaux teria desistido de contratar zagueiro corintiano Betão....ALEGRIA ALEGRIA
http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u319604.shtml

Dois Contra Dois.....

Assim resumo o cenário do jogo entre curintias e grêmio. Pelo lado do curintias destaco o jovem goleiro Felipe e o meia Willian, que é para mim uma das maiores revelações do futebol brasileiro desse ano – muito melhor que o garoto Pato, recentemente contratado pelo Milan. Pelo grêmio destaco o meia atacante Diego Souza e o atacante Carlos Eduardo, esse último muito melhor que o primeiro jogador gremista mencionado mas ambos inferiores como um todo se comparados aos 2 curintianos.
Mas o jogo mesmo se resumiu basicamente as investidas do atacante gremista Carlos Eduardo que infernizou a defesa do time alvinegro se movimentando muito dando bons chutes a gol. E aos lampejos de criatividade e agilidade do meia Willian do curintias, que com apenas 18 anos de idade, tem chamado a responsabilidade dentro de campo armando jogadas, dando dribles com muita habilidade e inteligência, cobrando escanteios, faltas e quando pode, fazendo gols.
Willian é o jogador típico formado nas categorias de base do curintias, negro sem muito porte físico, extremamente habilidoso e com uma postura em campo que da gosto de ver. Há muito tempo não ficava com uma impressão tão boa de um jogador. Sei que ainda é cedo para discutir se esse mu leque se tornará um craque, mas pelo que tenho visto em suas atuações pelo curintias nesse campeonato brasileiro, dificilmente acontecerá o inverso. Se bem que já estão falando de uma possível transferência para o futebol Russo ou Ucraniano. O curintias sem dinheiro e endividado, inevitavelmente irá vender o garoto e isso pode custar muito caro...muito caro mesmo não só para o Willian como para o futebol nacional que segue perdendo desenfreadamente craques para o futebol europeu.

Voltando ao jogo, foi feio.....
o curintias fez uma apresentação nervosa e desorganizada diante dos poucos 5 mil torcedores que assistiam a partida. Alias, ultimamente a tão falada fiel torcida não tem comparecido, creio que seja pelo preço do ingresso, só pode ser né!!! Alguns jogadores formados no terrão como a imprensa e a torcida por um tempo evidenciaram, foram muito vaiados pelos torcedores que diz a lenda, incentivam até o final o time. O que dizer então do Edson lateral direito. Toda vez que ele pegava na bola a torcida pedia a entrada do Eduardo Ratinho que também foi formado nos terrões da marginal sem número. Dois craques!!!!!
O Grêmio vencia o jogo até os 35 minutos do segundo tempo. Dominou praticamente a partida inteira jogando principalmente com Diego Souza e Carlos Eduardo, autor do único gol gremista da partida. Mas o time do sul não teve competência para ampliar o placar no estádio do Pacaembu e isso custou muito caro. Carlos Eduardo até que tentou, mas a bola insistia em não entrar. Felipe fechou a meta e em alguns momentos quando parecia que a agilidade do atacante gremista o venceria novamente, a sorte o ajudava fazendo com que a bola batesse caprichosamente no travessão.
O curintias menos organizado mas com mais vontade em campo, acabou virando a partida em apenas 5 minutos. Fazendo valer uma das máximas do futebol que não minha humilde opinião é uma das mais verdadeiras... Quem não faz, toma!!!! O resultado tirou o time da marginal sem número da Zona do rebaixamento, e fez ressurgir um outro grande nome da partida que eu acabei me esquecendo de mencionar. Gustavo Nery.....outro craque hahahahah!!!!

Palmeirenses, não fiquem iludidos....
Em Minas onde o porco garfou o galo, ou melhor, o leão, o Palmeiras continuou enganando a torcida. O time apresenta os mesmos problemas em todas as partidas. Não é possível que o Caio Jr não os enxergue os problemas do time para tentar melhorar durante os treinamentos. O Palmeiras não consegue sair jogando do seu campo de defesa nenhuma vez. Não existe entre o setor defensivo, o meio campo e os meias de criação. O excelente goleiro Diego Cavaliere não sai jogando uma bola, em todas elas ele mete o chutão para frente exigindo que o Edmundo e o Valdivia briguem pela bola. Convenhamos né, impossível. Esses jogadores precisam da bola limpa nos pés para armar as jogadas de ataque, distribuindo as bolas para os homens de frente. Um time tem que tentar ficar o máximo de tempo com a bola nos pés e não tentar se livrar dela como o Palmeiras tem feito. No caso do Palmeiras, o Martinez é quem teria de ir buscar a bola na defesa para fazer a ligação com o Valdívia e o Edmundo para ambos armarem as jogadas. No único lance que o Palmeiras conseguiu fazer isso na partida, o time envolveu o Atlético e finalizou com um lindo chute do Makulele que saiu raspando a trave da meta do goleiro atleticano. SERIA um belo gol.

Sem contar é claro os 2 gols que o time levou em menos de 5 minutos (sendo 1 anulado). O Palmeiras não tem lateral, o goleiro tem feito milagre e depende de jogadas do Edmundo e do Valdivia que no próximo jogo não atuará. Assim tem diso o time alviverde. Só espero que o Caio Jr coloque para jogar o seu Xará Caio, que ao meu ver não poderia estar fora desse time.
Palmeirenses, achamos 2 gols e acabamos saindo com a vitória, mas como disse, nao fiquem iludidos.
Enxergo o Palmeiras com a seguinte escalação.
Diego, Dininho, Gustavo, Leandro, Wendel, Pierre, Martinez, Caio, Valdívia, Edmundo e Luis Henrique.

No Rio, o time dos lambaris continuam sonhando...
Tenho ouvido de um santista baiano (vê se isso existe) que é só esperar o campeonato acontecer para eu ver quem é quem. Estou esperando e a cada rodada que passa, mas o santos continua na parte de baixo da tabela atrás do Palmeiras. Ontem levou 3 do fraco fluminense...fora o baile!!!!

E na Bambilândia....
Os donos da casa não bambi-aram e ganharam mais uma......fdps!!!Continuam na ponta. Mas o que mais me intrigou nesse final de semana foi a cara-de-pau de um dos atletas tricolor, afirmando que não é gay. Porra, tudo bem que a opção sexual de cada um não diz respeito a ninguém, mas o cara vai na televisão pra falar que é homem. Não precisa mentir né, nessas situações o melhor mesmo é ficar quieto. Até o pai dele quando vê o cara pegando na bola se questiona onde foi que ele errou pro filho ter debandado para o time errado – quer dizer, nem tanto ne, afinal o cara foi pro são paulo.Só para finalizar.... A, NO MEU TIME NÃO TEM VIADOOOOO!!!!! A, NO MEU TIME NÃO TEM VIADOOOOO!!!!!

terça-feira, agosto 07, 2007

A despedida do zagueiro que fará falta aos adversários.

Alguém já ouviu falar num time chamado Sochaux? Uma dica: é francês! Não? Ninguém ouviu falar? Nem eu. É nesta desconhecida equipe que o zagueiro (!?) corinthiano Betão irá atuar – num negócio de 1 milhão de euros, que equivale a R$2,6 milhões – , para a tristeza dos são-paulinos, palmeirenses, santistas, enfim.

Fiquei aqui pensando o que terá motivado esta transferência. Selecionei três hipóteses, que o leitor poderá escolher, na forma de enquête, cada um colocando a resposta nos comentários, ou ainda adicionar uma nova explicação:

1 – O empresário do Betão é mesmo de primeira linha, e após os quatro anos o zagueiro estará no Milan (esta sempre FOI minha tese);

2 – O “descobridor” do Betão, junto ao seu empresário, estão dando um jeito de desfazer a burrada e estão mandando o atleta para um clube inexistente, afim de que ele nunca mais passe nem perto dos gramados brasileiros; e

3 – Alberto Dualib, cedendo à pressão da torcida corinthiana tratou de começar a trabalhar em prol do clube alvinegro e já tomou esta primeira acertada decisão (e aí eu retiro a crítica à mobilização da torcida feita na postagem anterior).
4 - Outros...

Betão, em tom de despedida, fez a seguinte declaração: “Fico triste por sair do Corinthians, que defendi por 13 anos. Não são 13 dias. E tem o lado bom que é o reconhecimento do meu trabalho. Ser reconhecido por um clube de um país como a França é uma recompensa” (ta aqui a notícia, na íntegra: Betão ficará quatro anos no Sochaux).

É verdade, 13 anos não são 13 dias – e o cara não vai ter nem um jogo de despedida? Será que em todo esse tempo ele chegou a jogar bem aos menos 13 dias? Nem 13 minutos? E também, ser reconhecido por um time francês é uma recompensa – mesmo que, talvez, seja um time de futebol de botão.

Os corinthianos que tinham adotado a confortável condição de “torcedor de radinho” – e eu conheço vários – podem já pensar em voltar para os estádios, só faltam agora mais umas cinco transferências e umas sete boas revelações ou contratações. Mas se alguém sentir saudades da atuação do zagueiro, há um vídeo no YouTube que mostra lances inesquecíveis, intitulado Betão Eterno (clique no título para assistir). Como em toda partida o zagueiro sempre protagoniza lances incríveis, infelizmente o vídeo está um pouco desatualizado: falta um gol na partida com o Náutico neste campeonato brasileiro, no Pacaembu, mas ainda assim é uma aula de como não se deve jogar futebol.

Ah, e não se esqueçam de votar na enquête!

A Teoria Econômica do Torcedor de Radinho.

Como todo torcedor são-paulino, escuto piadas de amigos torcedores de outras agremiações, que, em geral, sempre são absurdas invenções e nada tem a ver com a prática do futebol, com o jogo no campo. É compreensível, pois dentro das quatro linhas não vejo nenhuma equipe que possa se igualar as glórias e títulos alcançado pelo tricolor.

Uma das acusações recorrentes é a de que somos “torcedores de radinho”, isto é, aquele que não comparece ao estádio para apoiar seu time e só fica sabendo do desempenho através das narrações do rádio ou dos programas de esporte – o que, diga-se, não é verdade, pois a torcida tricolor tem comparecido muito mais que algumas que se dizem grandes.

Acontece que hoje estou escrevendo para dizer que sou mesmo um “torcedor de radinho”. Ouçam bem: EU, JULIO CANUTO, SOU “TORCEDOR DE RADINHO” – ao menos por enquanto. Realmente nunca fui de freqüentar estádios assiduamente. Costumava ir uma vez num campeonato, uma vez no outro; e sempre escolhendo bem o jogo: um bom jogo, uma semifinal, uma final. Mas agora decidi, sou mesmo um “torcedor de radinho”, ou melhor, de televisão.

Explico. Além de ser são-paulino, sou brasileiro, e como a maioria dos brasileiros, não tenho dinheiro sobrando. Tenho que pensar bem como gastar meu suado dinheirinho. Daí que fui fazer as contas, o tal custo-benefício, e daí surgiu a Teoria Econômica do Torcedor de Radinho, que ofereço aos leitores deste blog em primeira mão:

Para ir ao estádio do Morumbi, saindo da zona leste, onde resido, tenho que gastar sozinho, aproximadamente, uns R$50,00 – Ingresso de arquibancada: R$15,00 + condução: R$10,00 [pra ser mais barato, carro nem pensar] + alimentação: [lanche e cerveja] R$20,00.

Pra uma renda média, dá um dia de trabalho.

Indo assistir no bar aqui perto de casa, ao lado de amigos são-paulinos e também que torcem pra outro time [o que já é uma vantagem], gasto sozinho, no máximo, R$15,00. Se tiverem quatro pessoas na mesa [que é a média], isso dá R$60,00 no total – com cerveja a R$3,00 [a garrafa] e porções a R$10 ou R$15,00. Olha a economia! Isso sem precisar ficar duas horas numa condução, sem aperto, sem empurra-empurra, sem ter que trocar a camisa pra chegar em casa vivo.

“Mas bom mesmo é conferir o espetáculo in-loco” – dirão muitos. Concordo. Mas assim seria se o que estivéssemos vendo neste brasileirão de 2007 fosse algum espetáculo, ou se ao menos tivéssemos a expectativa de ver um espetáculo. A mediocridade atual é tamanha que faz multiplicar a vantagem de “torcer pelo radinho” demonstrada na teoria acima.

Até mesmo os chamados clássicos estão muito ruins. Assisti todos pela televisão, com um baita sono: São Paulo x Palmeiras; Palmeiras x Corinthians; Santos x São Paulo; São Paulo x Corinthians. Em todos predominou as dominadas de canela, os passes errados, a falta de imaginação e criatividade, enfim, jogos sem sal, sem graça e sem comentários... Coitada da bola. Mediocridade mesmo, de ponta a ponta da tabela. Veja que o meu time, o São Paulo, alcançou a liderança mesmo após ter perdido 7 pontos em três jogos seguidos no Morumbi. O que dizer então dos outros times...

Você acha que eu vou sair de casa, gastar uma grana e perder um dia inteiro pra ver um futebolzinho desses? – A várzea perto de casa tem proporcionado jogos melhores! E muito menos perder tempo indo até a casa de dirigentes, exigir seu afastamento... Porque não ir até a casa do patrão exigir um salário melhor? Ou até a Câmara, exigir políticas públicas eficientes, e não paliativos?

Então, nem adianta vir com esse papo de que tem que estar ali em todos os momentos. Eu sempre estou torcendo, mas ao menos enquanto estiver essa mediocridade imperando nos gramados brasileiros, continuarei em casa... ou no bar com os amigos, rindo (pra não chorar) dos lances imprevisíveis destes “atletas”. Assim, pelo menos EU, saio ganhando!
Obs.: Esta mensagem foi escrita antes do jogo do tricolor contra o Grêmio, agora acho que já pintou o campeão!!!

segunda-feira, agosto 06, 2007

A extinção do “meia clássico”?

Antes de entrarmos na discussão sobre a extinção, ou não, do chamado “meia clássico” no futebol, será necessário expor as principais características dos jogadores que se consagraram na história do futebol por exercerem de forma brilhante a função de “cérebro” do time.
O “meia clássico” se caracteriza na figura do jogador que tem a função de ligar o meio de campo com ataque, utilizando inteligência e astúcia para deixar os atacantes em situações claras de fazerem gols. Geralmente esses “donos do time” são detentores de um futebol cadenciado.
Uma outra característica desses distintos jogadores se dá pelo fato de muitas vezes parecerem estar “desligados” em campo, pensando em qualquer outra coisa, menos no jogo difícil e complicado que está acontecendo ali do seu lado. Porém, quando os torcedores já clamam por sua substituição, como num lampejo de gênio, ele dá um passe milimétrico no meio de uma defesa fechadíssima (que muitas vezes se parece com um paredão de tijolos onde a bola bate e volta) e deixa o atacante na frente do goleiro, que espantando com o lance não tem muito à fazer se não ir buscar a pelota no fundo da rede e se indagar da seguinte forma: “como este filho da puta achou espaço para deixar o atacante cara – cara comigo?”.
Existem outras forma que esses craques usam para desequilibrar o jogo a favor de seus times, como acertar um chute colocado de longa distância, batendo uma falta na “gaveta” ou até mesmo não encostando na bola e mesmo assim levar toda defesa adversária ao seu encalço com o chamado “corta-luz”, deixando os atacantes livres para marcar.
Muitos podem me questionar dizendo que jogadores como Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Zé Roberto (isso para falar só dos brasileiros que estão em atividade), entre tantos outros que desempenham esse papel de forma magistral.
Contudo, o meia clássico que estou caracterizando nestas linhas é aquele jogador magrão, alto e que parece uma garça desengonçada quando corre atrás da bola, chegando na frente dos adversários graças à passadas largas e os driblando em cortes secos e desmoralizantes, colocando a bola no meio das pernas dos volantes de contenção com um toque de biquinho de chuteira ou se aproveitando desta vantagem para aplicar um desconcertante “drible da vaca” nos beques. Esses jogadores ainda são mestres em dar lançamentos longos e precisos, acabando com qualquer sistema defensivo.
Por isso que não incluo jogadores como Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Zé Roberto, e mais outros tantos que são ou foram excepcionais jogadores, mas que jogam ou jogaram um outro estilo de futebol.
Nos quatro grandes clubes do Estado de São Paulo (SANTOS, são Paulo, corinthians e palmeiras) os chamados “meias clássico” têm papéis de destaque na história de suas agremiações. O SANTOS FC contou com o magistral Giovanni. O São Paulo expõem na figura do excelente Raí sua representação de exemplo de "meia clássico". O Drº Sócrates fez a torcida corintiana muito feliz durante o início da década de 80. No palmeiras a figura do “meia clássico” atende pelo nome de Ademir da Guia, ou como chamam os palmeirense, “o Divino”.
Atualmente não há jogadores jovens com as características do chamado “10 do time”. Ainda é possível encontrar alguns remanescentes deste estilo de jogo, como o já quase aposentado Rivaldo e o hermano Riquelme (sinceramente só me lembro destes dois no momento, pois o Zidane se aposentou em 2006 e jogava um futebol semelhante ao "meia clássico" que está caracterizado neste texto).
Com o aperfeiçoamento da tática implementada pelos treinadores o futebol ficou mais brigado. Os jogadores adquiriram mais força física do que técnica, se limitando a fazer aquilo que o “professor” manda. O setor de meio de campo das equipes se apresenta como um local cheio de volantes de contenção, onde se destacam aqueles que sabem marcar e sair jogando, mas que não são detentores de grande habilidade e inteligência. Lembraram do Dunga, Mauro Silva, Júlio Baptista, Emerson? Não que eles sejam péssimos jogadores, mas a projeção destes jogadores no futebol ganharam mais notoriedade pela marcação do que pela arte com a bola nos pés.
Infelizmente vai ser muito difícil aparecer novos “meias clássico” como Ademir da Guia, Rivaldo, Giovanni, Raí, Sócrates, Gérson, Toninho Cerezo, entre tantos outros que podemos apontar na história do futebol brasileiro e mundial.
Mas como esses jogadores não são fabricados em escolinhas e sim nascem com o futebol arte na veia e aperfeiçoa na “rua”, será muito, mas muito difícil mesmo, que um “meia clássico” apareça no cenário do futebol.
Infelizmente para os que gostam de futebol, o “meia clássico” é um jogador em extinção.

sexta-feira, agosto 03, 2007

COPA DE 2006 - A realidade das chuteiras sem pátria

De quatro em quatro anos acontece um dos maiores eventos esportivo do planeta. Quando cada país recruta seus melhores jogadores para representar as cores da bandeira.

Pois bem. Aqui no Brasil qualquer jogo de futebol que envolve a seleção nacional, é um evento de grandes proporções, porque sempre se espere espetáculos e vitórias.

Quando o assunto é Copa do Mundo então, a expectativa aqui é sempre enorme porque afinal, temos grandes nomes do futebol mundial jogando pelo selecionado nacional. Ora, um time que se dá ao luxo de ser composto por Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaka, Juninho Pernambucano, Robinho, Zé Roberto, Adriano, a única coisa que se espera de um time desse nível, é título. Ou ao menos, partidas de alto nível técnico com muita raça e vontade.

Eu não consigo imaginar nenhuma outra seleção desse nível no planeta, com valores individuais tão talentosos. Não existe, definitivamente não existe!!!! É por isso que falo sempre que posso, só perdemos campeonatos mundiais para nós mesmos e na Copa do Mundo de 2006, foi exatamente isso o que aconteceu.....

Essa semana, o Czar da CBF Ricardo Teixeira, lançou na mídia comentários sobre a má conduta de alguns jogadores na Copa de 2006. Chegou até a ser veiculado por alguns meios de comunicação que ele teria dito sobre casos de bebedeiras e porres entre alguns jogadores. É evidente que isso de fato aconteceu. E sem citar nomes, disse que um jogador estava 8 ou 10 kilos acima do peso. Quem será esse? Esse mesmo indivíduo criticou ainda o comando do time, dizendo que não houve pulso firme para barrar e coibir esse tipo de postura entre os jogadores. Disse também sobre a escolha da cidade para servir como base de preparação da seleção, alegando ser um absurdo sem tamanho tal escolha. Uê, mas a CBF não participa dessas decisões?????

Quer dizer, mais de um ano depois o Sr Ricado Teixeira vem à tona para dar tais declarações. Agora, por que não foi feito nada quando essas questões ainda poderiam ter sido resolvidas? Já está mais do que claro que o presidente da CBF é quem manda e desmanda na seleção brasileira.

Porque jogadores como Kaka e Ronaldinho Gaúcho – pipoca - foram queimados no grupo quando exigiram mais atitude de alguns jogadores? Por que o velho Lobo - por quem eu tenho o maior respeito- e o Kiko, não fizeram nada a respeito sobre as farras e bebedeiras? Como um jogador que carinhosamente é chamado por Presidente pelos demais, pode chegar a uma copa do mundo com quase 100 kilos para poder representar uma nação?

É triste. E nós brasileiros, bem distantes das fortunas que esses atletas acumulam, ficamos aqui, torcendo e se decepcionando com esses indivíduos que cultuamos e admiramos. Querem saber, esses caras não estão nem aí para nós, para nossos sentimentos, para a mística que envolve vestir a camisa verde e amarela que aprendemos a admirar e torcer com esperança, eternizada por Pelé, Garrincha, Tostão, Jairzinho, Sócrates, Falcão, Rivelino........

Em um tempo que vestir essa camisa ainda significava amor e honra por representar uma nação tão grande como a nossa.
No Final das contas Dunga fantoche é quem esta certo, isso sim. Dentro da seleção precisa ter mesmo é um Czar, não como o Sr Ricardo Teixeira, mas sim, um que dite regras e imponha limites a esses astros sem pátria.

Mas por favor, não matem o futebol arte!!!!! Todo time precisa ter um ou até dois carregadores de piano, aquele que faz o trabalho duro e sujo. Mas nós brasileiros sempre esperamos espetáculo...sempre.
E disso não abriremos as mãos jamais.

bebeto dinamite